Tuesday, March 13, 2007

Saúde, Governo e Coerência

Era previsível que com o fecho de serviços públicos de saúde, como maternidades e urgências, os privados vissem aí novas oportunidades de negócio.
Acho muito bem que haja saude privada em Portugal, nada contra.
Mas o principal argumento a favor do encerramento dos serviços de saúde foi o de não haver doentes suficientes nesses serviços para garantir a adequada experiência dos profissionais de saúde, que assim ficavam menos habilitados que os seus pares a praticar medicina de qualidade, o que punha em causa a segurança dos próprios doentes. Muito bem, até está de acordo com as "boas práticas" que circulam nos manuais internacionais. Acontece porém que, se se abrem serviços de saúde, desta feita privados, nos locais onde antes havia serviços públicos, forçosamente estes serviços privados vão servir as mesmas populações, ficando com ainda menos doentes do que já tinham os serviços públicos, pois parte dos doentes não irá recorrer ao privado mesmo com serviços publicos mais distantes, donde os médicos e enfermeiros desses serviços privados também não terão a necessária "tarimba" pois o número de casos por médico não pode obedecer aos critérios das tais "boas práticas".
Será que o governo, a inspecção geral de saúde e a autoridade da concorrêcia vão dizer aos grupos BES e Mello-saúde para fechar pelas mesmas razões que fecharam os serviços públicos ?
Hmmmm, deixem-me adivinhar...

2 comments:

João Baptista said...

Já percebestes que estes fechos têm a ver com esses grupos?

rack said...

era isso que eu tava a tentar dizer