Monday, February 16, 2009

arte, dinheiro e o sentido das coisas


«“Nada é mais belo do que um corpo nu. A roupa mais bela que pode vestir uma mulher são os braços do homem que ela ama. Mas, para aquelas que não tiveram a sorte de encontrar esta felicidade, eu estou lá.”»

(Yves St. Laurent)



Este mês vai a leilão uma das maiores colecções do mundo, a que foi realizada por Yves Saint Laurent e o seu companheiro Pierre Bergé.
Primeiro os números: Entre os valores máximos e mínimos dá seguramente 200 000 000 €, mais de 40 milhões de contos . Este dinheiro ficará para a fundação, com o nome deles, a qual se dedicará ao apoio à investigação na área da SIDA.
No site da Christies pode conhecer-se a colecção, oportunidade rara para aprofundar os conhecimentos sobre arte, e ver os objectos que rodeavam a vida daqueles dois estilistas, mas também pensar um pouco sobre o sentido do dinheiro.
Estão ali milhões de euros, que foram ganhos na moda, e vão agora ser vendidos resultando numa soma que dará mais recursos para a investigação de uma doença, fazendo com que uma boa parte da vida profissional daqueles dois, tenha afinal sido entregue não à moda, sempre algo fútil, mas à transformação do trabalho em objectos de arte, que depois se transformarão em novos conhecimentos, sem contudo fazer com que esses objectos desapareçam, pois outros os comprarão, para anos mais tarde o seu valor ser convertido em algo mais do que dinheiro.
No meio de tudo isto, o dinheiro é apenas um elo da cadeia, sem nunca ser o fim.
Será o elo mais fraco ? Ou o fio que permite dar sentido ao tempo e à vida das pessoas que o conquistaram, para entregarem essa sua vida vivida a algo ainda mais intemporal ?

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