Ondem, na RTP 2, o ministro mariano gago deu uma entrevista, para falar sobre os empréstimos aos estudantes.
Começo por esclarecer que não sou contra os empréstimos aos estudantes, os bancos são "livres" de ter os empréstimos que quiserem, e de criarem os "produtos" que bem entenderem.
Mas o ministro disse que o spread seria mais baixo, graças ao fundo do estado que premite reduzir o risco, e que isso era uma generosidade dos contribuintes, daí que os estudantes tivessem que se esforçar, pois toda a sociedade os está a ajudar.
Pois é, o ministro mariano gago até teria legitimidade para falar assim se os estudos universitários fossem gratuitos e universais, aí sim, seria um investimento da sociedade nos alunos, mas o que temos é que, precisamente no momento em que se criam as condições para serem os proprios estudantes a pagar todos os seus custos de vida, e a ficarem endividados logo de início de vida activa, é que o ministro vem falar em grande generosidade da sociedade, até parece que ele, ministro, pagou todos os seus próprios estudos...dá vontade de lhe exigir o dinheiro de volta com recto-activos...
O que vai acontecer é que os alunos e alunas vão começar as suas vidas com um encargo financeiro, sem garantias de poderem pagar, pois como se sabe há elevado desemprego, 20% na terceira década de vida (20´s).
Para que serve um empréstimo, se depois tem de ser pago no número de anos que o curso dura ? Se for um curso de 3 anos tenho que pagar em 3 anos...mais os juros...então mais valia ter ganho o dinheiro durante aqueles três anos de curso, trabalhando e estudando, pois é um ritmo de pagamento igual ao ritmo de gastos durante o curso...ao qual se tem de acrescentar depois os juros...
Ainda por cima, um aluno que chumbe num ano deixa de ter o financiamento...o que significa que fica "apeado" do ensino superior porque perdeu capacidade económica para lá estar e sai sem licenciatura nem mestrado com uma dívida para pagar...que rico futuro esse cidadão, porque falhou uma vez, vai ter...e que rico exemplo de solidariedade que isto representa.
Nem quero imaginar o ambiente nas faculdades em que haja mais estudantes neste tipo de esquema: é o que se chama a verdadeira violência capitalista.
Enternecedora foi a resposta do ministro à pergunta: o que ganha a banca com isto ? Ao que Mariano gago respondeu: "Ganha uma sociedade melhor, mais qualificada".
Bem, aqui até me deu para rir, a banca...interessada numa sociedade melhor?..e é isso que a motiva a entrar neste negócio ? Francamente, o ministro sabe o que faz, não precisa de nos contar a história da carochinha, já basta sermos roubados em milhões nos impostos que a banca não paga, e que dariam para pagar todo o ensino superior, para ainda por cima termos de ouvir, com cara de santo, um ministro a contar estorinhas...
Estou bem farto de discursos cínicos e aldrabões.
Quanto mais estudantes enveredarem por este mecanismo mais o ensino superior ficará dependente dos bancos, pois quem financia é que manda, o que significa mais um sector da sociedade nas mãos do sector financeiro, será que não estão já sectores suficientes ?
Finalmente, considero que a maior parte das pessoas sabe o que a vida custa, sabe fazer contas, não devemos achar que os outros são estúpidos, e,se menos pessoas têm filhos por alguma razão é, daí a minha pergunta: De que vale ter políticas de natalidade assim ? Quem vai ter filhos se começa logo endividado ?
Começo por esclarecer que não sou contra os empréstimos aos estudantes, os bancos são "livres" de ter os empréstimos que quiserem, e de criarem os "produtos" que bem entenderem.
Mas o ministro disse que o spread seria mais baixo, graças ao fundo do estado que premite reduzir o risco, e que isso era uma generosidade dos contribuintes, daí que os estudantes tivessem que se esforçar, pois toda a sociedade os está a ajudar.
Pois é, o ministro mariano gago até teria legitimidade para falar assim se os estudos universitários fossem gratuitos e universais, aí sim, seria um investimento da sociedade nos alunos, mas o que temos é que, precisamente no momento em que se criam as condições para serem os proprios estudantes a pagar todos os seus custos de vida, e a ficarem endividados logo de início de vida activa, é que o ministro vem falar em grande generosidade da sociedade, até parece que ele, ministro, pagou todos os seus próprios estudos...dá vontade de lhe exigir o dinheiro de volta com recto-activos...
O que vai acontecer é que os alunos e alunas vão começar as suas vidas com um encargo financeiro, sem garantias de poderem pagar, pois como se sabe há elevado desemprego, 20% na terceira década de vida (20´s).
Para que serve um empréstimo, se depois tem de ser pago no número de anos que o curso dura ? Se for um curso de 3 anos tenho que pagar em 3 anos...mais os juros...então mais valia ter ganho o dinheiro durante aqueles três anos de curso, trabalhando e estudando, pois é um ritmo de pagamento igual ao ritmo de gastos durante o curso...ao qual se tem de acrescentar depois os juros...
Ainda por cima, um aluno que chumbe num ano deixa de ter o financiamento...o que significa que fica "apeado" do ensino superior porque perdeu capacidade económica para lá estar e sai sem licenciatura nem mestrado com uma dívida para pagar...que rico futuro esse cidadão, porque falhou uma vez, vai ter...e que rico exemplo de solidariedade que isto representa.
Nem quero imaginar o ambiente nas faculdades em que haja mais estudantes neste tipo de esquema: é o que se chama a verdadeira violência capitalista.
Enternecedora foi a resposta do ministro à pergunta: o que ganha a banca com isto ? Ao que Mariano gago respondeu: "Ganha uma sociedade melhor, mais qualificada".
Bem, aqui até me deu para rir, a banca...interessada numa sociedade melhor?..e é isso que a motiva a entrar neste negócio ? Francamente, o ministro sabe o que faz, não precisa de nos contar a história da carochinha, já basta sermos roubados em milhões nos impostos que a banca não paga, e que dariam para pagar todo o ensino superior, para ainda por cima termos de ouvir, com cara de santo, um ministro a contar estorinhas...
Estou bem farto de discursos cínicos e aldrabões.
Quanto mais estudantes enveredarem por este mecanismo mais o ensino superior ficará dependente dos bancos, pois quem financia é que manda, o que significa mais um sector da sociedade nas mãos do sector financeiro, será que não estão já sectores suficientes ?
Finalmente, considero que a maior parte das pessoas sabe o que a vida custa, sabe fazer contas, não devemos achar que os outros são estúpidos, e,se menos pessoas têm filhos por alguma razão é, daí a minha pergunta: De que vale ter políticas de natalidade assim ? Quem vai ter filhos se começa logo endividado ?
(PS: se para o governo é tão importante ter estes mecanismos de financiamento, porque não se volta a criar horários nocturnos, que permitem equilibrar os estudos com o trabalho, o que permitiu já a muita gente estudar, incluindo ex-ministros do PS, em vez de criar subterfúgios que adiam o problema ? )
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