Saturday, April 14, 2007

Resposta ao Ministro da Ciência e do Ensino Superior.


O ministro da ciência e ensino superior disse esta semana, em conferência de imprensa sobre a univ independente, que José Sócrates ao voltar aos bancos da "escola" era um exemplo para os portugueses. Pois muito bem Sr ministro, acha o sr ministro que a generalidade dos portugueses aos 45 anos, com um ordenado a rondar em média os 500-600 €, a pagar uma casa e a ter de educar filhos, que por essa idade dos pais estão, no mínimo, na adolescência, se é que não estão já na própria universidade, acha o sr ministro digo, que a generalidade dos portugueses está em condições de estudar e ainda por cima pagar propinas de 990 €/ano mais despesas de estudo (se for numa univ pública, porque a univ independente onde estudou o PM era privada...portanto ainda mais caro) , sair do emprego a horas de ir à aulas, educar os filhos ? ???
Dizer que o PM em relação à sua formação é um exemplo a seguir é passar um atestado de incompetência aos portugueses, porque é dizer que para além de não conseguirem arranjar emprego, não ganharem o suficiente e não estudarem mais, são incompetentes por não aproveitarem as oportunidades que o sr ministro e este governo lhes "dão".

Por favor, um pouco mais de respeito, é que 20% dos portugueses são pobres, a maioria não teve oportunidade para continuar a estudar e pior, com o desemprego que se acentua e a relação custos/apoios aos estudantes cada vez mais desfavorável, há cada vez menos pessoas de classe baixa ou mesmo media a estudar, e isso vê-se nos próprios estudantes do ensino superior, que ao contrário do que muita gente diz NÃO andam "todos de carro".

Tantos exemplos poderiam ser dados que demonstrariam a crescente desigualdade no acesso à educação, mas posso começar pela forma displicente e de total desconfiança com que os serviços de "acção social" tratam os alunos nas universidades...A única acção social que lhe encontro sr ministro é de exclusão: isso sim é a vossa "acção" social.

1 comment:

kota said...

Muito bem, eu salientava o facto de muitos Portugueses não terem tanto tempo disponível, nem dinheiro, pelo facto de terem filhos, que no futuro iram contribuir para pagar a reforma dos ministros de agora, que para poderem estudar, se calhar optaram por não ter filhos.