Thursday, November 13, 2008

Brideshead

Reviver o passado em Brideshead, é o nome de um livro que deu origem a uma série, com o Jeremy Irons, que eu tive pena de não ter visto quando deu na TV portuguesa nos anos 90, e que agora está em filme, nas salas portuguesas. Pelo que vi até agora os actores da série parecem-me melhores que os do filme, mas em todo o caso penso que é vale a pena ver.
Um clássico...

Thursday, November 06, 2008

Roda da Sorte


O programa está de volta, e, ao contrário da maioria dos regressos , está muito divertido e interessante. Apetece ver...Bons anos 90...

Obama - Barack Hussein Obama.


Tal como as sonsagens previam, ganhou o afro-americano.
Mais do que a imensidão de coisas, aliás repetidas, que se têm dito sobre Obama, eu gostava de contrapôr outras ideias acerca deste assunto:
Diz a Natasha que , no fundo, Obama é um rosto redentor do "sistema" capitalista americano, que vem adiar a queda do império. O que me apetece responder é que me parece que a Natasha fala como se nos EUA a política não fosse feita por pessoas de carne e osso. Nem tudo o que acontece naquele país está programado nas ultimas versões da microsoft...A política, lá como cá, é feita por pessoas, tem as suas teias e o seus bastidores, que nós, mesmo cá, não vemos, e tem também o seu grau de imprevisibilidade. Se por um lado poderá haver alguns empresários mais inteligentes que vêem em Obama uma forma mais inteligente de defender a imagem dos EUA e por isso lhe deram tanto dinheiro para a campanha, muitos outros há que dariam tudo para que ele perdesse porque sabem que as tendências dos EUA vão mudar: Será dificil à nova administração não assinar Quioto, por exemplo, e isso terá consequências económicas internas; haverá um novo rumo a dar nas políticas de saúde, e isso terá consequências económicas não só na área da saúde mas também no mercado de trabalho.
A verdade é que ainda nem Obama tinha ganho e já todos estavam a antecipar a ideia de desilusão . Percebo o mecanismo defensivo por detrás, como forma de prevenir que se magoem em caso de queda, mas penso que é uma atitude intelectual e psicologicamente atávica.
Nada do que se passar daqui para a frente está garantido, quem acha que o jogo está feito está apenas a baixar os braços, o que por vezes é também uma atitude fácil, é a atitude dos preguiçosos, que desistem de lutar. A única coisa que aconteceu até agora foi que não ganhou McCain, cujas raízes políticas não dariam margem de esperança nas suas decisões.
A vitória de Obama abre muitas oportunidades, incluindo aos interesses da direita e das multinacionais do petróleo e da guerra, mas penso que abre mais oportunidades aos que defendem um mundo mais igual, mais integrador, mais apoiado no multilateralismo, e mais consequente em relação às alterações climáticas.
Penso que nada está ainda definido, a luta está em aberto, por isso exige trabalho e força para poder fazer pender o campo de forças para o lado da esquerda.
Dar já Obama como mais um caso de sucesso de marketing e pouco mais, é cínico e fatalista. As teias da política americana são grandes e complexas, mas as da Europa não são menos, e as da esquerda em Portugal também não são tão claras como se fazem crer. No entanto, em relação as estas últimas, todos parecem sempre satisfeitos, como se por um lado tivessemos os processos políticos da esquerda, claros e limpos, (quando o não são, relembro caso coligação Lisboa, por exemplo) e por outro os dos EUA, onde tudo é apresentado em "pack" de origem...
Quem quiser ver a realidade a preto e branco pode fazê-lo, mas ela está cheia de cores e matizes que nós temos constatemente que lutar por pintar ao nosso gosto, senão outros o farão por nós...
Noam chomski, figura que gosto sempre de ler, desta vez enganou-se, ao prever que McCain ia ganhar. Ainda bem, mas mais uma vez denoto aqui a tal atitude pessimista, de quem costuma estar do contra, e que, embora acerte muitas vezes, por fazer sobrepor sempre o excesso de racionalismo à vontade de que o sentido História efectivamente mude, acaba por adoptar uma atitude que de tão prudente se torna bloqueadora.
Finalmente, para quem ainda estiver a ler este texto gostava de dizer o seguinte: Durante a campanha, Obama fez afirmações sobre o médio-oriente que alinhavam com a política habitual dos EUA para a região. Eu não estou à espera que ele venha defender os interesses de outro país que não os EUA, ele foi eleito presidente dos EUA e não de mais nenhum outro país, por muito que achassemos justo que, dado o poder que tem, defendesse também o interesse de outros. Mas numa altura em que a Rússia parece querer voltar a falar em voz grossa, cabe-nos a nós lutar contra uma bipolaridade do tipo , "eu prefiro os EUA desde que sejam liderados por boas pessoas, defendem o "nosso modo de vida" " ou " e eu prefiro a Rússia porque sou contra o poder americano", mas devemos, isso sim, construir um mundo onde efectivamente seja impossível a um só país dominar todos os outros, e onde todos os continentes estejam representados por pelo menos 1 ou 2 paises.